A Escrita e o Sagrado no Baú da Memória
Buscando um início para este texto, dei partida a uma procura no baú da minha memória pelo momento em que começou o meu processo de escrita. Então encontrei que antes de escrever minhas primeiras letras com a guiança de minha mãe (pedagoga e minha primeira professora de vida e alfabetização), eu era/sou sobretudo imaginativa. As primeiras imaginações não foram escritas, às vezes se materializavam nas brincadeiras com as bonecas, outras não. Ainda hoje, sou mais inventiva que escritora. No entanto, achei algo ainda mais anterior que minhas primeiras criações mentais: minha ancestralidade, mais precisamente, a matrilinear. Como já disse a vocês, minha mãe é amiga das letras, porém, minha avó materna não. Minha avó paterna faleceu quando meu pai tinha 4 (quatro) anos de idade e não sabemos sobre sua (não) grafia. Tendo essas coisas em mente, as questões que me ficam são: o que minhas avós escreveriam? Quem calou a voz de suas mãos? Na infância, não me recordo exatamente a idade, mas