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A Escrita e o Sagrado no Baú da Memória

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  Buscando um início para este texto, dei partida a uma procura no baú da minha memória pelo momento em que começou o meu processo de escrita. Então encontrei que antes de escrever minhas primeiras letras com a guiança de minha mãe (pedagoga e minha primeira professora de vida e alfabetização), eu era/sou sobretudo imaginativa. As primeiras imaginações não foram escritas, às vezes se materializavam nas brincadeiras com as bonecas, outras não. Ainda hoje, sou mais inventiva que escritora. No entanto, achei algo ainda mais anterior que minhas primeiras criações mentais: minha ancestralidade, mais precisamente, a matrilinear. Como já disse a vocês, minha mãe é amiga das letras, porém, minha avó materna não. Minha avó paterna faleceu quando meu pai tinha 4 (quatro) anos de idade e não sabemos sobre sua (não) grafia. Tendo essas coisas em mente, as questões que me ficam são: o que minhas avós escreveriam? Quem calou a voz de suas mãos? Na infância, não me recordo exatamente a idade, mas

"Renasça"

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Me chamo Mayra, tenho 27 anos de idade vividos com muita intensidade, apaixonada pela vida e pelas palavras, em rumo ao amadurecimento da alma. Sou filha, sou mãe, sou estudante, sou estudada. Ora ou outra sou poesia, outras delas quem as fala. Conheci a Lorena Lima através do Instagram e naquele momento eu tinha um total de zero conhecimento técnico sobre a produção de um conto e o que posso dizer é que foi incrível a experiência. Ao produzir “Aurora” , eu imergi em mim mesma e dei voz a minha alma de uma forma mais estratégica, foi como se de fato eu tivesse amanhecido. Amanheci ao novo, ao aprendizado. A oficina de produção de contos me possibilitou conhecer uma outra face da escrita e me interessar por esse lado mais técnico de escrever. Trata-se de uma desconstrução, uma vez que eu mantinha um sentimento de que a técnica aprisionava a criatividade, quando na verdade ela aperfeiçoa. Além dessa riqueza de aprendizado, tive a felicidade de conhecer e trocar experiência com mulheres i

Sob o Sol – Entre Devaneios e Palavras não Ditas

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  Sou Lydia Lourenço, canela verde de carteirinha, que faz da praia seu escritório nas horas vagas. 25 anos de puro devaneio, paixão e poesia.   Sou jornalista, escritora, poeta que vez ou outra arrisca umas composições. Uma incurável amante das palavras seja cantada, em verso ou prosa, ou daquelas usadas para informar.   Meu caminho cruzou o de Lorena Lima em um período de conturbações em que procurava um rumo para o qual retornar. Em nossos encontros com tantas outras mulheres de escrita e de palavra, eu fui aprendendo mais sobre mim, sobre minha escrita e sobre a palavra em si. Ela nunca se cala, até mesmo quando não é dita, fica em algum lugar submerso esperando a autora lhe da voz.   Num desses meus lampejos, com as provocações da Oficina de contos de Lorena fui dando voz as palavras que havia silenciado nos últimos meses e encontrando Lydias que eu nem mais sabia que existiam, enterrando algumas

Ser de Palavras

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Eu sou um ser de palavras. Reflito isso enquanto penso num rabisco que escrevi a alguns anos atrás, no qual afirmo: Eu sou ser de palavras, sou também demasiadamente redundante, sou mulher, sou negra e periférica e com isso tenho em mim muitas coisas, entre defeitos, traumas, sonhos - mais declaro: a escrita tem me salvado há mais de vinte e tantos anos. Embora eu não tenha a audácia de revelar tudo o que tenho escrito, é certo que as palavras tem me auxiliado neste mundo como é, e está, e desta pessoa pessimista que escreve a fim de expurgar as vivências pessoais e vivências alheias que presenciei. De tudo o que sobrevivi, na escrita eu encontro acalanto. Já fiz um tanto de coisas. Fui babá, cuidadora, faxineira, acompanhante de idoso, atendente, vendedora, guia, decoradora de festa com balão, recreadora infantil, já cantei, dancei, atuei, contei histórias e em meio a todas essas coisas eu escrevi, e escrevo agora, um pouco perdida nessa minha trajetória. Eu tive a alegria de conh

Autoria, Escrita e Bonecas Extraordinárias

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  Depois da morte do autor e de sua ressurreição extracorpórea nos limites de uma teoria linguística e literária, hoje talvez estejamos testemunhando não apenas o renascimento da autoria dos textos, como sua fascinação, fetiche e obsessão. Uma obsessão pela nossa identidade, para muito além do sujeito universal masculino. Um fascínio que também tem a ver com a sobrevivência: quem somos, o que não queremos, pelo que lutamos, como seremos vistos, qual será nosso legado, de que natureza somos feitos. Um dia falarão de nós: nome, sobrenome e obra. Também estou trabalhando incansavelmente para dar um significado duradouro ao meu trabalho. Achava que era presunçoso, mas entendi que é tudo o que tenho. Um nome pode virar facilmente vaidade, ou assumir a sua verdadeira expressão, a de criar conexões e formar uma ciranda. Um nome ao lado de outro que dá relevância àquele e assim por diante em um colar infinito de possibilidades e criações: somos bem menos autênticos do que imaginamos. Somos cit

(te)Escrevo

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Eu escrevo sobre o que me atravessa. O que me alcança, o que me lança, me aquece e me esfria. Não sei falar de fora para dentro, só sei expressar a poesia do meu eu, do interior mais íntimo e intenso de mim. Escrevo, não por narcisismo, ou somente porque quero.  Escrevo porque vivo.  Escrevo porque (é) preciso!   Daiana Scaramussa Olá leitor(a), como vai você? Espero que esteja bem. Como tem muito tempo que não nos falamos, optei por lhe redigir esta carta, contando um pouco sobre mim e sobre o que me fez chegar até aqui... Bom, não sei precisar ao certo quando, como e porque tomei gosto pela escrita, o certo é que desde que comecei a escrever minhas primeiras letrinhas, por volta dos cinco anos de idade, decidi não parar mais, e até hoje sigo essa jornada literária, ainda sem livros escritos de fato, mas com incontáveis caracteres e páginas desses capítulos da minha vida. E por falar em escrever, não sei se posso me considerar uma leitora voraz, mas gosto de ler, não me importa se

Liberdade!

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  O brilho de seus olhos, sempre despertaram curiosidade em tudo que sempre correu por eles.   Muitos dos que a rodeiam, sempre ansiaram saber o que se passava no coração. Sonhadora, apaixonada pela vida, carregada de experiências boas e más, cheia de histórias para contar. Cresceu em meio a uma criação rigorosa, daquelas bem tradicionais. Onde a mulher foi criada para cuidar da casa, dos filhos, da conduta ilibada para com a sociedade. O que está tudo bem, se isso nos faz feliz, realizada, completa. Mas para ela, isso nunca lhe desceu garganta a dentro. Decidiu então, ousar desde a mais tenra idade, ser diferente daquilo que obrigavam a ela. Ainda muito nova, encontrou refúgio na escrita; assim, nasceu suas mais profundas poesias, indo contra todos que lhe cercavam, sonhando com sua independência, principalmente no quesito amar. Com todo o ser dentro de seu espírito, a escrita sempre foi uma forma de alívio para tudo que sempre habitou em seu coração. Kika Amorim, sempre deixou es