EU-DRAMA


“Olá, como vai?

Eu vou indo, e você, tudo bem?”

(Engraçado! Quando penso em “Olá”, essa música me vem. Sinal Fechado, de Paulinho da Viola, passa por Chico e Bethânia, mas é com Elis Regina que me atravessa com violência. Sempre!)

Bom, depois do primeiro devaneio, cá estou — e sou — eu. Franciely Sampaio, aracruzense, 29 anos e com uma lista de afazeres e peripécias (rs). Eu gosto do que me torno a cada nova experiência com a arte, é o motivo de tantas tentativas. Sigo tentando, crescendo!

Comecei cedo na dança popular, mas logo encontrei o drama, o teatro, e ao longo dos anos, a poesia, o canto, os contos, a dança contemporânea, a performance, a autoficção — que descobri corriqueira —, e agora, o audiovisual. Engatinhando? Sempre, como em cada uma dessas coisas. Meu sonho-palco me guia com, ou sem, a luz do urdimento.


Falando da corriqueira, escrevo há tanto, e com ela há tão mais que, quando descobri foi de uma saudade imensa. Romances e contos onde me visto personagem e vou dando a minha voz a ela. Do que afeta, aflige, atravessa; as perguntas norteadoras de todo um projeto incrível, fez brotar imensos fascínios. Nossos encontros cheios de palavras de guiar e seguir. Palavras, signos, miudezas, absurdos, surpresas... uau! Assim nasceu, e se tornou, “Drama-Quintal”, que a princípio, tinha um nome carregado d’água, d’alma: cactos; por reter. Por uma recém-nomeada “rainha dos cactos” no Brasil, mudamos o título para esse que me tomava inteira. Eu-drama, e insolúvel, diria.

Escrevo há alguns anos, mas há bem pouco resolvi mostrar. Tudo o que eu fazia, me levava à escrita, e eu adorava. Comecei com as poesias na escola; o teatro me trouxe a dramaturgia, os esquetes, o sabor da ação (rs); a dança me presenteou com os contos e romances. Anfêmer(a) nasce do meu não-medo, não significa absurda coragem, mas um não-medo do que poderia acontecer em seguida. Sim, sou uma mulher; sim, sou artista; sim, sou mulher bissexual artista e carregada duma timidez... o meu receio de ser vista, é superior ao do temido julgamento de depois. Isso me bloqueou por anos, muitos deles cruciais, e tudo bem! As coisas passam e acontecem ainda assim.

Anfêmer(a), livro recém-lançado pela Pragmatha Editora, para mim, é um divisor de águas, onde apareço eu, me derramando para todas as mulheres que amei e mais, escrevi. Me dediquei à tantas, tantas páginas, mas não fazia ideia do quão difícil era esconder. Num momento, algumas delas se lançaram de mim, e foi fantástico!


Trazer meus dramas insolúveis para a cena, uma pequenininha, encaixada na palma da mão, foi lindo! Houve dificuldade? Muitas! Algumas me roubaram toda a atenção. Houve a hesitação, indecisão, insegurança, mas os atravessamentos, todas as questões postas, todo empenho, todo afeto, era quase um abraço.

Olhando para a minha casa, vejo as cenas de forma sistemática. Revisito “Drama-Quintal”. Em momentos, só coloco a trilha e ouço no breu... sem dor, mas com toda ela. Com toda a poesia que me envolveu, e envolve. Com a luz que aparece quando abro os olhos, e o brilho dos movimentos, e a ideia de que alguém vai chegar no próximo milésimo de segundo. Sem dor, mas com toda ela.

O processo para a “1ª Mostra de Contos Audiovisuais do Grupo Beta de Teatro” me fez melhor. Estávamos sustentados numa rede gigante em amor. O que devolvo para o Grupo Beta, aos meus caros colegas, e para toda a equipe maravilhosa, não pode ser menos que isso.

Franciely Sampaio é formada em dança contemporânea e teatro, seu trabalho firma-se nas artes cênicas, abrangendo música e performance. 

Aproveite o conto, as imagens, os sons... 👇

https://drive.google.com/folderview?id=1QDyLTdVxDXRcihyc2tRMzS8mA583L_g-

https://www.youtube.com/watch?v=d2EuMyEJ_78

Dois beijos 💋💋 e um abraço gigante.







 

Comentários

  1. Respostas
    1. Olá, Lua! Obrigada por sua visita ao blog. Sinta-se à vontade para acessar os demais artigos e produções artísticas disponíveis. Forte abraço!

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    2. Luuuu, maravilhosa é tu, mulher!! <3 Que saudade!

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