Vida = Verdade
O nome que me escolheu e
escolheram pra mim foi Amanda. É sinônimo de amor, de afeto... mas amor no
gerúndio, desses que perdura e movimenta. E também, palavra que tomei pra mim,
depois de chegar a acreditar que não devia.
Já o "Amanda Cardoso de Paula" é como tentam registrar civilmente uma mulher não binária e não-branca da
periferia que cresceu entre o mangue e a cidade, se aventurando na ciência de
dizer o que quer desde pequena.
Tenho 22 anos acumulados de
incertezas e verdades que hoje me transformam em fotógrafa e artista visual
independente, mas essa trilha começa lááááá com as brincadeiras de pirralha
aprendendo a pintar, fazer máscaras com jornal e grude de farinha, escrever
histórias e descobrir o que são os átomos das árvores. Sim, os átomos rsrs.
Quando criança queria ser
cientista. Pensa só, uma mulher pobre, cientista?
Lia tudo em que encontrava um
desenho de árvore, de fruta, frequências de cor, tabelas periódicas, ciclos da
água e planetas; e claro, igualmente pintava e escrevia tudo que podia nessa
fome incessante de descobrir o mundo. Na verdade, me expressava de todas as formas
para tentar passar o que tinha descoberto na natureza. Fazia experimentos com
casca de repolho roxo enquanto inventava histórias fantásticas, brincava com
teatro e malabarismo ao mesmo tempo que escrevia músicas, afetos, solidões,
tentava me conhecer e fazia companhia pra mim mesmo, cantando.
Pra mim, poder ler, escrever e
criar já era um poder e tanto. E que poder... contar as histórias que me
passaram e vivi e materializar a força nas mãos!
Com o passar dos anos, descobri
a fotografia e quando encontrei ciência, cor e arte no processo de registrar
imagens físicas… Aí… acho que foi aí, que o estalo aconteceu.
Comecei a fotografar as coisas
que gostava na natureza, na cidade e a escrever poemas e contos misturadas com
as vivências de minha família e nunca
parei de pintar, de criar imagens, de ver cores em tudo.
Acabou que quase entrei no
caminho da química mesmo. Licenciatura.
O laboratório, os experimentos
com foto analógica, cheiros e até os cálculos me ganham, não vou negar. Achava
que seria o lugar que mais me caberia já que a ciência natural e a vontade de
educar sempre fizeram parte de mim, e bom, poderia dar um “futuro financeiro
estável” pra alguém de periferia, como querem nos fazer acreditar.
Mas foi na ciência das artes
visuais e em seu ensino que encontrei o gás que a verdade me dá. A verdade do
universo, de mim, de nós, da unidade da vida… e que a Alquimia sempre estará
presente - também - nessa investigação, então eu PODIA fotografar, criar e
escrever, quimicamente! e poderia viver disso também.
Dessa decisão, dessa magia, é
que se iniciou o movimento que me traz aqui juntamente com meu primeiro Conto
Audiovisual - Ouroboros. Essa flecha, que foi talhada durante a Oficina de Contos
e desenvolvida conjuntamente com a estrela-guia Lorena Lima, que tenta te levar pra
dentro de si pra um cafézin e te pergunta: Onde você começa?
Só tenho amor para estender aos grandes Alê Bertolli, Daniel Boone, Diego Scarparo e Edivan Freitas que estiveram comigo nessa caminhada e aos demais participantes - que tem um lugar tão lindo e mágico aqui dentro!
Ao invés de ser a porta, seja a chave!
Abraços com amor.
Amanda está graduanda de licenciatura em Artes
Visuais na Universidade Federal do Espirito Santo, é artesã, fotógrafa e
artista visual. Com trabalhos que fluem em diversas linguagens, investiga os
mistérios entre o ser ancestral, a arte e a psicanálise.
Link para acessar o conto 👇
https://drive.google.com/drive/folders/1NdklZvG1UMWtvD3YLYgV_umZjMZl5JCt?usp=sharing
Link para assistir o conto 👇
https://www.youtube.com/watch?v=wTJSZRajgEA
Comentários
Postar um comentário