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Mostrando postagens de janeiro, 2025

Não passou de um sonho

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  de Andrea Lucy dos Santos Neves Joana tem 13 anos. É uma menina do interior de Minas Gerais onde todos se conhecem, gosta muito de conversar com sua irmã Jane, de 18 anos. Elas falam sobre bordado, costura, receitas e serviços domésticos. Parece que o modo de educar as meninas não muda, começam aprender o serviço de casa muito cedo, passar, lavar, cozinhar. Como se toda mulher precisasse saber disso para esperar por um marido. Jane sempre observava sua mãe fazendo os serviços com muito capricho, tudo muito limpo, muitas vezes deixava de sair e aproveitar a vida, era escrava dos serviços domésticos. Jane gostava muito de ficar na varanda vendo o movimento das pessoas passando na rua. Um dia cumprimentou um rapaz que passava na rua, no outro dia o Júlio veio conversar com ela e falou que a achou uma  pessoa muito simpática. Júlio resolveu pedir Jane em namoro e conversar com seus pais. Começaram a namorar em casa, era o costume da época, para a moça não ficar falada. Em menos ...

dor de crescimento

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  de Gabrielly Ramos da Silva as pernas dela eram o dobro de mim. o sol se escondia atrás de sua cabeça, e sua silhueta carregava graça. meus silêncios eram o dobro dela, que andava a passos exagerados, como se só pudesse prestar atenção à sanfona em suas mãos e à cantoria estridente que entoava. “olha”, cantava ela, “eu nunca parei de crescer, mas também nunca deixei de brincar”. sorria e balançava a calça colorida ao vento. sorria e balançava os cabelos coloridos ao vento. a calçada que ocupávamos parecia um grande caminho. a figura à minha frente era tão alta que me deixou fascinada e amedrontada. os sons que fazia tornava as buzinas carros de propaganda gritos de comércio velocidade do mundo menor. precisei inclinar o queixo pra cima para encará-la. eu, tão pequena… e ainda menor que eu, mas tão grande para mudar o que se seguiria, era a pedra que estava no caminho. sim, havia uma pedra no caminho, de formato hexagonal e tão assustadora como a palavra hexagonal indica. a moça c...

O Pé de Bananeira

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  de Weslane da Silva Santos Saiu de casa sem casar. Depois de tanto estudar, exercia a profissão que amava. Sua mãe sentia orgulho da mulher independente que ela havia se tornado, mas Regina ainda fazia muitas perguntas e, por não encontrar respostas, teve medo enquanto encaixotava o pouco que lhe pertencia. Foi morar no alto. Havia uma parede vermelha, cheiro de eucalipto e da janela se via verde, azul e rosa. Ainda não se sentia em casa. Chorou. Não pertencia àquele lugar, mas fazia poesia para parar de chorar.  Enquanto experimentava poesiar, reconheceu que sua casa é onde o seu coração está, lembrou que já morou em tanto lugar: em abraços, sorrisos e canções. Acreditou que era o seu próprio lar, não teve mais dúvida: ali também seria a sua casa! Colocou as fotos no lugar, pendurou quadros e bilhetes, arrumou a sala com um tapete; na parede vermelha, agora tinha verde. Trouxe música, cheiro de alecrim e manjericão (suspirou) e aprendeu a fazer pão. A chuva trazia o cheiro ...